Dispositivos vestíveis cardíacos revolucionaram o monitoramento cardíaco domiciliar ao permitirem a detecção das arritmias em tempo real. Diferentemente dos métodos tradicionais de monitoramento como Holter e Looper, esses “WEARABLES” oferecem maior conforto, economia e diagnóstico precoce, facilitando assim o acompanhamento “ONLINE” dos pacientes, a chamada TELEMETRIA.
Neste post, abordaremos as vantagens e limitações dos dispositivos vestíveis cardíacos em comparação aos métodos tradicionais de monitoramento, destacando estudos e tecnologias emergentes no setor.
Dispositivos vestíveis cardíacos x métodos tradicionais de monitoramento
Os monitores tipo Holter e Looper são utilizados há décadas como padrão-ouro no diagnóstico de arritmias cardíacas. No entanto, esses dispositivos apresentam limitações como o desconforto causado pelos eletrodos e equipamentos não tão pequenos, um custo associado ao uso frequente, um alto custo com pilhas alcalinas/recarregáveis, e a curta duração do monitoramento, geralmente entre 24 e 48 horas (Holter) e entre 7 e 14 dias (Looper). (Ochoa et al., 2024; Murali et al., 2020)
Em contrapartida, os dispositivos vestíveis cardíacos chamados de “WEARABLES” podem monitorar pacientes por períodos prolongados, que variam de dias a semanas, dependendo do tipo de equipamento utilizado. Além disso, apresentam vantagens em termos de conforto, liberdade, economia e capacidade de detecção de arritmias intermitentes, como a fibrilação atrial paroxística. (Lee et al., 2018; Sandberg et al., 2021)

Tipos principais de dispositivos vestíveis cardíacos
Atualmente, diversos tipos de WEARABLES são usados para monitoramento cardíaco. Os principais são:
1. Relógios inteligentes e dispositivos de pulso “smartwatches”
Relógios equipados com fotopletismografia (PPG) e ECG de derivação única têm alta precisão na detecção de arritmias. Por exemplo, o Apple Watch com KardiaBand demonstrou sensibilidade de 97,5% na detecção de fibrilação atrial, equiparando-se aos monitores cardíacos inseríveis. (Ronner et al., 2024)
2. ECGs tipo patch “smartpacthes”
Dispositivos adesivos, como o HICARDI, Mobicare-MC100 e o Zio XT, permitem monitoramento contínuo prolongado. São leves, confortáveis e ideais para diagnosticar episódios intermitentes de arritmia e monitoramento em tempo real. (Lee et al., 2018)

3. Sensores baseados em tecidos
Esses sensores integrados em roupas, como meias inteligentes ou faixas peitorais, oferecem conforto e facilidade no monitoramento diário e noturno. (Joy & Kanagamalliga, 2024; Hong et al., 2019)
4. Biossensores implantáveis e flexíveis
Dispositivos ultrafinos, como o WiSP, oferecem captura precisa do sinal cardíaco com conforto prolongado. Essa tecnologia emergente rivaliza com a precisão dos métodos tradicionais. (Lee et al., 2018; Hong et al., 2019)
Vantagens dos dispositivos vestíveis cardíacos
Os dispositivos vestíveis cardíacos trazem benefícios significativos, principalmente em quatro aspectos:
- Monitoramento prolongado: Capacidade estendida de detecção contínua de arritmias intermitentes, como a fibrilação atrial, aumentando a taxa de diagnóstico precoce. (Ronner et al., 2024)
- Maior adesão do paciente: Dispositivos mais confortáveis aumentam a conformidade no uso prolongado. (Sandberg et al., 2021)
- Diagnóstico precoce e assertivo: Algoritmos avançados de inteligência artificial e machine learning analisam grandes quantidades de dados com alta sensibilidade e especificidade. (Marvasti et al., 2024)
- Custo-benefício superior: Menor necessidade de consultas frequentes e internações hospitalares, gerando economia significativa para o sistema de saúde. (Iqbal et al., 2024)

Desafios e limitações dos WEARABLES
Apesar dos benefícios, esses dispositivos enfrentam algumas limitações técnicas e regulatórias:
- Precisão variável e validação clínica: A eficácia clínica dos dispositivos vestíveis depende de protocolos padronizados ainda em desenvolvimento, sendo essencial validar sua precisão. (Ochoa et al., 2024)
- Privacidade e segurança dos dados: A coleta de informações contínuas levanta preocupações significativas sobre segurança e privacidade, necessitando medidas rigorosas de proteção. (Marvasti et al., 2024)
- Integração clínica complexa: A integração com práticas clínicas estabelecidas requer maior colaboração entre médicos, pesquisadores e órgãos reguladores. (Bayoumy et al., 2021)
Futuro dos dispositivos vestíveis cardíacos
O avanço tecnológico sugere um futuro promissor com as seguintes tendências:
- Maior uso de IA: Técnicas avançadas de IA, como CNNs e LSTM, irão melhorar a precisão diagnóstica dos dispositivos vestíveis cardíacos. (Joy & Kanagamalliga, 2024)
- Plataformas integradas em nuvem: Uso crescente de IoT e cloud computing facilitará a análise e intervenção em tempo real, principalmente em regiões remotas. (Lavanya et al., 2024)
- Evolução da eletrônica flexível: A eletrônica flexível ampliará ainda mais o conforto e a eficiência dos sensores vestíveis, proporcionando melhor adesão dos pacientes ao monitoramento prolongado. (Lee et al., 2018)
Em resumo
Os dispositivos vestíveis cardíacos representam uma evolução significativa no monitoramento domiciliar das arritmias cardíacas. Com benefícios claros de conforto, custo-benefício e capacidade de diagnóstico precoce em comparação aos métodos tradicionais, seu uso vem crescendo rapidamente. Contudo, para uma adoção generalizada e eficaz, será fundamental enfrentar desafios regulatórios, tecnológicos e clínicos.
Essas tecnologias emergentes já estão revolucionando o tratamento cardíaco, tornando possível intervenções precoces e melhores resultados para os pacientes e com isso salvando vidas e economizando recursos da saúde como um todo.
Nota sobre a elaboração do texto: Desenvolvemos este resumo a partir de artigos originais em inglês. Além disso, utilizamos uma ferramenta de Inteligência Artificial para revisar e aprimorar o conteúdo em português. Revisamos manualmente todo o material para garantir a precisão e clareza das informações.
Referências
- Bayoumy et al., 2021
- Garikapati et al., 2022
- Hong et al., 2019
- Huang et al., 2022
- Iqbal et al., 2024
- Joy & Kanagamalliga, 2024
- Lavanya et al., 2024
- Lee et al., 2018
- Marvasti et al., 2024
- Murali et al., 2020
- Ochoa et al., 2024
- Ronner et al., 2024
- Sandberg et al., 2021
- Schapiro, 2022