Contexto

Apesar dos avanços no diagnóstico cardiovascular, a fibrilação atrial (FA) paroxística continua sendo um desafio silencioso. Por ocorrer de forma intermitente e frequentemente assintomática, ela escapa de exames pontuais como o ECG de repouso ou mesmo o Holter de 24 horas.

Essa limitação pode ter consequências sérias. Estima-se que 15 a 30% dos acidentes vasculares cerebrais (AVCs) isquêmicos criptogênicos estejam relacionados à FA não diagnosticada (1). Em pacientes com mais de 65 anos, a prevalência de FA chega a 7,5%, e cerca de um terço desses casos são inicialmente assintomáticos (2). Em outras palavras: a doença está lá, mas muitas vezes não conseguimos enxergá-la, até que seja tarde demais.

Por que monitorar continuamente?

Um estudo(3) demonstrou que episódios subclínicos de FA com apenas 6 minutos de duração já aumentam significativamente o risco de AVC. Mesmo eventos breves podem ter implicações clínicas sérias se não forem detectados a tempo. Por isso, cresce a busca por métodos capazes de capturar esses episódios em tempo real, no exato momento em que acontecem.

É nesse contexto que a telemetria cardíaca contínua se torna uma aliada poderosa. Soluções vestíveis como o HiCardi, que oferecem monitoramento remoto e inteligente, permitem a detecção automática de arritmias com notificação imediata ao médico. Tudo isso sem depender do retorno do paciente ao consultório, reduzindo atrasos na intervenção. 

Wearables na detecção de fibrilação atrial

O que muda na prática clínica?

Além de aumentar a taxa de diagnóstico, a monitorização contínua reduz significativamente o tempo entre detecção e ação terapêutica. Isso pode significar:

  • Início precoce da anticoagulação;
  • Discussão mais oportuna sobre controle de ritmo;
  • Encaminhamento para ablação em estágios mais favoráveis da doença.

Em um outro estudo (4) pacientes com FA detectada por monitoramento contínuo iniciaram anticoagulação em média 3 semanas mais cedo do que os diagnosticados por métodos convencionais. Uma janela de proteção crítica, especialmente em pacientes com alto escore CHA₂DS₂-VASc.

Conclusão: dados certos, no tempo certo

Em cardiologia, tempo é prevenção. A detecção precoce é, cada vez mais, uma decisão precoce. E antecipar essa decisão pode ser a diferença entre um paciente protegido e outro com sequelas irreversíveis.

A monitorização cardíaca contínua não substitui o julgamento clínico, ela o fortalece, oferecendo dados confiáveis e acionáveis no momento certo. O que muda, no fim das contas, não é apenas a tecnologia, mas a capacidade de agir antes que o invisível se torne incontrolável.


Nota sobre a elaboração do texto: Desenvolvemos este resumo a partir do artigos originais em inglês. Além disso, utilizamos uma ferramenta de Inteligência Artificial para revisar e aprimorar o conteúdo em português. Revisamos manualmente todo o material para garantir a precisão e clareza das informações.


Referências:

  1. Atrial Fibrillation in Patients with Cryptogenic Stroke
  2. Prevalence of asymptomatic atrial fibrillation among multimorbid elderly patients: diagnostic implications
  3. Atrial fibrillation diagnosis by a systematic 14-day continuous ECG-Holter in patients with high cardiovascular risk and clinical palpitation: the prospective AFTER study
  4. Ability to remotely monitor atrial high-rate episodes using a single-chamber implantable cardioverter-defibrillator with a floating atrial sensing dipole

1 thoughts on “Fibrilação atrial paroxística: como a monitorização cardíaca contínua pode antecipar o diagnóstico e evitar AVCs

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